terça-feira, 10 de julho de 2012

REVELAÇÃO


Um sujeito transformou seu telefone em borduna e caiu de pau sobre os quatro pobres textos que postei neste blogue. Até então meu amigo, ele sequer se deu ao trabalho de depositar aquele enxame de impropérios e palavrões no local próprio do blogue, denominado “Comentários”. Por um lado, uma pena, pois fui privado de conquistar o primeiro comentarista do blogue. Por outro, ele pelo menos me fez a caridade de não tornar público aquilo que maldisse de mim. É bem verdade que, caso ele tivesse publicado os seus xingamentos, ninguém os leria, pois não possuo seguidores ou leitores. Isso se deu na sexta passada e explica o fato de eu não ter dado continuidade ao blogue nestes últimos três dias. Também pudera! A violência com que ele atacou o criado que ora vos tecla (ou “me tecla”) foi de intensidade tão descomunal que os meus neurônios se espalharam de tal forma, a ponto de um deles vir parar aqui na ponta do dedão de meu pé. Curioso é que ele, antes de espiolhar os meus textos, me tinha na conta de bom sujeito. Acho até que ele me considerava um temente a Deus, pio e casto, não o traste em que me transformei assim que ele leu os meus textos. Nem vou aqui reproduzir aquelas palavras, pois com certeza todas elas serão tingidas de vermelho pelo corretor gramatical deste computador, por pertencerem ao mundo da linguagem chula. Além do mais, o Facebook não admite baixo calão em seu sacrossanto e cibernético recinto. Mas a virulência do sujeito foi tamanha que eu fui parar em Minas Novas, quase mil quilômetros distante de Brasília, e lá pulei no colo de minha mãe, trêmulo de medo. Como não há males que não tragam um bem, o meu ex-amigo acabou por me proporcionar a oportunidade de vê-la, abraçá-la e beijá-la, justo naquele dia em que Dona Elisa, minha mãe, completou oitenta e oito anos de uma belíssima vida! Mas mal sabia ela que o filho que tanto admira estava ali lambendo as feridas da refrega virtual em que se meteu! Em apertadíssimo resumo, não foi o sentimento da inveja que moveu aquele sujeito. Nem o da cobiça. Ira e gula, também não! O sentimento que moveu o desnaturado foi o da preguiça. Não a dele, é claro, mas a minha! Por ele, eu, ao escrever os tais textos, me revelei um relapso com aquilo que seria esperável sair de minha cabeça: um texto jurídico, um tratado, um parecer, uma tese ou coisa equivalente!  Tentei me explicar, mas ele não me deixava falar. Quis justificar que o beletrismo jurídico não precisa de minhas letras. Quis demonstrar que não falo nem escrevo juridiquês.  E O QUE É MAIS IMPORTANTE, quis a ele revelar um segredo que guardo há bastante tempo: EU NÃO ACREDITO NO DIREITO! E por que não acredito?
Amanhã continuarei

2 comentários:

  1. Ai gostei muito, o texto é lindo, não é assuntopra qualquer um, é pra quem gosta da vida, pra quem ama quem deve amar, obrigada... vou aguardar os próximos capítulos!

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  2. Carlos, eu não sabia que tinhas Blog rsrsrsrsr... adorei o texto e estou agora ansiosa pelos próximos capítulos.
    Bjs

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